terça-feira, 28 de maio de 2013

Famílias Silábicas

Trabalhando as Sílabas

















A Importância da Alfabetização

A importância da alfabetização no processo de humanização dos alunos

Escola não é lugar de treinamento para tirar boas notas, diz especialista

Alfabetização no Brasil 2 (Foto: Divulgação)Educação vai além de treinar o aluno para
provas, ressalta especialista (Reprodução de TV)
O pedagogo Paulo Freire, no artigo “A Importância do Ato de Ler”, ressalta que é o ato de ler que possibilita ao homem a leitura crítica do mundo. Daí a importância da alfabetização. Apesar da expansão do ensino ocorrida a partir de 1950, quando a população brasileira que estava à margem foi incluída no sistema educacional, de acordo com dados da OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura), ainda vivemos um conflito quando as crianças chegam à escola, segundo a professora Maria do Rosário Longo Mortatti.

“As crianças vão para a sala de aula ansiosas para aprender a ler e escrever. Mas elas têm muita dificuldade para concretizar esse anseio. Por que o desejo se transforma em sentimento de fracasso, um obstáculo intransponível? Há um descompasso entre o que as crianças desejam aprender e o que lhes é apresentado. A escola oferece a aprendizagem do código escrito, não a possibilidade de participação transformadora no mundo público da cultura letrada. Assim, o aprendizado da leitura e da escrita se torna atividade sem sentido para os alunos”, explica a professora, que é livre-docente em Metodologia da Alfabetização e professora titular da Unesp (Universidade Estadual Paulista/Campus de Marília).

Para a especialista, os problemas da alfabetização brasileira são antigos, mas assumem novos contornos no século XXI. “Por um lado, para a maioria da população brasileira, leitura e escrita continuam sendo atividades secundárias, facilmente substituídas por atividades nas quais a oralidade se impõe. As pessoas preferem, por exemplo, ver/ouvir telejornais, em vez de ler o jornal impresso. Por outro lado, a escola pública está se tornando um lugar de treinamento para testes padronizados de programas nacionais ou internacionais de avaliação de estudantes e sistemas de ensino. O importante é que os alunos tenham ‘bom desempenho’, para que escolas, municípios, estados e o país alcancem boas posições nos rankings educacionais e sociais. Assim, o prazer de ler e de escrever tornou-se secundário, e o ensino perdeu seu espaço”, diz Maria do Rosário.

E como fica o professor nesse contexto? Não tão perto de seu dever de ofício e do direito de seus alunos, como deveria, do ponto de vista da especialista. “A aprendizagem depende do ensino. E ensinar é também fazer junto com o aluno o que ele ainda não sabe, mas pode e deseja aprender. O professor não deve se contentar em participar desse processo como ‘facilitador’, ou ‘espectador’, ou ‘treinador’”, ressalta.

Uma das soluções apontadas pela professora Maria do Rosário para tornar a alfabetização mais atraente é ler junto com as crianças, selecionando bons textos literários. E ela completa com um pensamento semelhante ao de Paulo Freire. “A leitura pode contribuir para o processo de humanização. A obtenção de bons índices de desempenho em testes padronizados não significa que os alunos estejam lendo e escrevendo, de fato. Se não houver apropriação crítica, leitura e escrita se reduzem a meras atividades escolares, que não contribuem para a transformação dos sujeitos e da sociedade.”

Hora de Brincar


​AMARELINHA

​AMARELINHA
FAIXA ETÁRIAAcima de 4 anos
LOCALCalçada, Praia, Quintal, Quadra de esportes, Praça
ESTIMULAREquilíbrio, Agilidade, Mira
PARTICIPANTES1+
MATERIALGiz e um marcador para cada participante

COMO BRINCAR

Desenhe o diagrama com o giz sobre a calçada ou asfalto. O traçado tradicional é um retângulo grande dividido em dez retângulos menores – as ‘casinhas’ – numerados de 1 a 10. Na parte superior do diagrama, faça uma meia-lua e escreva a palavra ‘Céu’. 

Para jogar, fique atrás da linha do início do traçado – do lado oposto à palavra ‘Céu’ – e atire o marcador na casinha que não poderá ser pisada, começando pelo número 1. Atravesse o resto do circuito com pulos alternados nos dois pés e em um pé só. Ao chegar no ‘Céu’, faça o caminho de volta do circuito, pegue o marcador - sem pular na casa onde ele está – e volte para trás do traçado. Depois jogue o marcador na próxima casinha e assim sucessivamente. Se errar, será a vez do próximo jogador.  Vence quem completar todo diagrama primeiro. 

Dica: para inovar, faça circuitos em formatos diferentes, como caracol ou retângulos maiores. Para as crianças mais novas, os circuitos podem ser menores e podem ser feitas exceções – como, por exemplo, permitir que elas pulem com os dois pés em todas as casas. 

ESTA BRINCADEIRA TAMBÉM SE CHAMA...

Academia, maré, pular macaco, macaca, avião, sapata

​ESCONDE-ESCONDE

​ESCONDE-ESCONDE
FAIXA ETÁRIAAcima de 2 anos
LOCALParque, Dentro de casa, Condomínio
ESTIMULARAgilidade, Velocidade, Criatividade, Atenção, Paciência
PARTICIPANTES3+

COMO BRINCAR

No jogo básico inicialmente o grupo elege um dos participantes para ser o ‘perseguidor’. Ele deve fechar os olhos e contar até 100 enquanto os outros jogadores se escondem dentro de uma área já pré-determinada. Quando termina de contar, o ‘perseguidor’ vai atrás dos jogadores escondidos. Quem for visto e tocado por ele está fora do jogo. 

Outras duas variações comuns da brincadeira são o Pique-Esconde e o Polícia e ladrão. No primeiro, em vez de tocar o jogador quando o vir, o ‘perseguidor’ gritará o nome dele. Os dois então correm para o ‘pique’ – um poste ou uma árvore – se o perseguido chegar primeiro estará salvo, mas se o perseguidor chegar primeiro ele estará pego. Os jogadores escondidos também podem tentar correr até o pique e se salvar enquanto o perseguidor não estiver olhando. 

No Polícia e Ladrão o grupo é dividido em duas equipes de números iguais e o pique passa a ser a cadeia. Os policiais contam até 100 enquanto os ladrões se escondem. Quem for pego vai para a cadeia, mas pode ser libertado por algum outro membro de sua equipe se o mesmo não for pego antes. Use sua criatividade para inventar novas regras para este jogo. 

ESTA BRINCADEIRA TAMBÉM SE CHAMA...

Pique-esconde, escondidas, salva-todos


MÃE DA RUA

MÃE DA RUA
FAIXA ETÁRIAAcima de 4 anos
LOCALPraça, Parque, Salão de Festas, Condomínio
ESTIMULARAtenção, Equilíbrio, Velocidade, Coordenação motora, Agilidade
PARTICIPANTES8+

COMO BRINCAR

Escolha um dos participantes para ser a mãe da rua. Com um giz, desenhe duas riscas paralelas com uma distância de cerca de dois metros entre elas. O lado de dentro das riscas será a rua e o lado de fora, as calçadas. Cada time ficará em uma das calçadas. 

O objetivo é atravessar para o outro lado sem ser apanhado pela mãe da rua. Vence a equipe que ficar com maior número de jogadores. Você pode criar dificuldades para os jogadores atravessarem a rua, como atravessar pulando em um pé só.


ELEFANTINHO COLORIDO

ELEFANTINHO COLORIDO
FAIXA ETÁRIAAcima de 4 anos
LOCALCalçada, Quintal, Quadra de esportes, Condomínio
ESTIMULARAtenção, Agilidade, Memória, Coordenação motora, Conhecimento de cores
PARTICIPANTES3+

COMO BRINCAR

Um participante é escolhido para comandar, no caso de crianças mais novas o ideal é que seja um adulto. Ele fica à frente dos demais e diz: “Elefantinho colorido!”. Os outros respondem: “Que cor?”. O comandante então grita o nome de uma cor e os jogadores correm para tocar em algo que tenha aquela tonalidade. 

Quanto mais longe o acesso a cor, mais difícil o jogo fica. Para os mais velhos a brincadeira ficará mais divertida se o comandante perseguir os outros participantes e tentar capturá-los antes que eles cheguem à cor. O primeiro capturado vira o próximo comandante. 

ESTA BRINCADEIRA TAMBÉM SE CHAMA...

Elefante colorido


CAÇA AO TESOURO

CAÇA AO TESOURO
FAIXA ETÁRIAAcima de 6 anos
LOCALQuintal, Dentro de casa, Salão de Festas, Condomínio
ESTIMULARAgilidade, Atenção, Concentração, Cooperação, Estratégia, Raciocínio lógico
PARTICIPANTES3+
MATERIALLápis e papel, fitas coloridas e um prêmio (balas, bombons, brinquedos)

COMO BRINCAR

Dentro de uma área pré-definida espalhe as pistas anotadas em um papel, sendo que cada pista traga uma informação que leve a outra pista, sendo que a última levará ao tesouro. Os jogadores recebem uma pista inicial para começar a caçada. Adapte as pistas de acordo com a idade dos participantes, com jogadores mais jovens faça pistas mais óbvias já para os mais experientes aumente a dificuldade. 

A graça do jogo está justamente nas pistas que podem trazer charadas, enigmas, anagramas, cruzadinhas, caça-palavras, frases incompletas. Lembrando que a solução sempre levará à outra pista. 

Com um número grande de jogadores divida-os em equipes em uma competição. Nesse caso, use as fitas coloridas para diferenciar as pistas de cada equipe. Se as idades dos participantes divergirem muito, faça rotas diferentes que levem ao mesmo tesouro e adapte a dificuldade das pistas para a idade de cada integrante. 

Texto sobre a Educação!

Frases de Emília Ferreiro sobre educação, sobre crianças, sobre escola, sobre professores, alfabetização e letramento, uso da internet, cartilhas de alfabetização e muitos outros temas:



Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a confiança na sua própria capacidade de pensar” 

"Ler não é decifrar, escrever não é copiar"
(Emília Ferreiro)

A escrita da criança não resulta de simples cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal.


 "... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual,
por trás da mão que pega o lápis,
dos olhos que olham,
dos ouvidos que escutam,
há uma criança que pensa"
(Emília Ferreiro)

"A escrita é uma construção coletiva e não individual".


"A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade. Como objeto cultural, a escrita cumpre diversos funções de existência".

"Nenhuma criança chega à escola ignorando totalmente a língua escrita. Elas não aprendem porque vêem e escutam ou por ter lápis e papel à disposição, e sim porque trabalham cognitivamente com o que o meio lhes oferece."


"Para aprender a ler e a escrever é preciso apropriar-se desse conhecimento, através da reconstrução do modo como ele é produzido. Isto é, é preciso reinventar a escrita. Os caminhos dessa reconstrução são os mesmos para todas as crianças, de qualquer classe social."


"O processo de alfabetização nada tem de mecânico do ponto de vista da criança que aprende. A criança constrói seu sistema interativo, pensa, raciocina e inventa buscando compreender esse objeto social complexo que é a escrita. "

"Quando uma criança escreve tal como acredita que poderia ou deveria escrever certo conjunto de palavras, está oferecendo um valiosíssimo documento que necessita ser interpretado para ser avaliado. Aprender a lê-las , interpretá-las é um longo aprendizado que requer uma atitude teórica definida."

"As crianças não precisam atingir uma certa idade e nem precisam de professores para começar a aprender. A partir do nascimento já são construtoras de conhecimento. Levantam problemas difíceis e abstratos e tratam por si próprias de descobrir respostas para elas. Estão construindo objetos complexos de conhecimento. E o sistema de escrita é um deles."

"Eles aprenderam a usar a internet sozinhos e rapidamente, sem instrução escolar nem paraescolar. Eles conhecem essa tecnologia melhor que os adultos — os alunos sabem mais do que seus mestres. Essa é uma situação de grande potencial educativo, porque o professor pode dizer: "Sobre isso eu não sei nada. Você me ensina?" A possibilidade de uma relação educativa realmente dialógica é fantástica."


"A homogeneidade é um mito que nunca se alcança. Eu posso aplicar uma prova, dizer que vinte estudantes são iguaizinhos e colocá-los todos juntos para trabalhar. Daqui a uma semana eles não serão mais iguais, porque os ritmos de desenvolvimento são muito variados."


"Num primeiro momento, houve apenas a troca de rótulos. Os fracos passaram a ser chamados de pré-silábicos. Os que estavam no meio do processo eram os silábicos e os que eram fortes foram classificados como alfabéticos. "


"A idéia de que eu, adulto, determino a idade com que alguém vai aprender a escrever é parte da onipotência do sistema escolar que decide em que dia e a que horas algo vai começar. Isso não existe. As crianças têm o mau costume de não pedir permissão para começar a aprender. "

"Certa vez um editor brasileiro me acusou de estar arruinando o negócio de cartilhas, e parece que ele tinha razão. Se tenho mesmo relação com a queda na produção desses livros, estou muito orgulhosa. Eles eram de péssima qualidade, horríveis, assustadores. Eram pura bobagem."


"...há vinte anos parecia um sacrilégio, no Brasil, dizer que a família silábica não era a melhor maneira de trabalhar. Tenho a impressão de que isso mudou e de que esse é um caminho sem volta. Para ensinar a ler e escrever é necessário utilizar diferentes materiais. Um livro só não basta. É preciso utilizar livro, revista, jornal, calendário, agenda, caderno, um conjunto de superfícies sobre as quais se escreve.  "

"As primeiras tentativas já não vistas como rabiscos, mas uma espécie de escrita"

"Alfabetizar é cada vez mais uma tarefa difícil"
 
"A escola sempre trabalhou mal a revisão de texto e os alunos odiavam fazê-la porque num texto a mão é preciso voltar a escrever tudo. Com um processador de texto, a revisão se torna um jogo: experimenta-se suprimir ou deslocar trechos, com a possibilidade de desfazer tudo. Após as intervenções, temos na tela um texto limpo, pronto para ser impresso. A revisão é fundamental para que as crianças assumam a responsabilidade pela correção e clareza do que escrevem."
"Quando a escola foi criada, também havia muita diversidade. Mas foi uma diversidade negada. Todas as crianças deviam ter os mesmos direitos, aprender as mesmas coisas, da mesma maneira e falar a mesma língua. Quando se estabelece isso, a missão da escola é formar esse cidadão ideal, que deve saber certas coisas e falar de certa maneira. Hoje, a comunicação entre as diversidades, as possibilidades de encontro se multiplicaram exponencialmente. Não havia tanto encontro de diversidades antes, exceto em alguns lugares. Então, historicamente, a escola não foi criada para respeitar a diferença."


"Ter internet na escola não resolve os problemas, fabrica novos, mas que são desafios interessantes. Para adolescentes, discutir junto com eles, colocá-los em busca dessas respostas, é uma situação que pode ser apaixonante, inclusive usando a experiência que eles já têm com a internet. É preciso saber enfrentar os problemas educativos novos que nos são colocados. A internet traz um novo tipo de diversidade à escola."
"...já não se consideram as produções das crianças de 4 ou 5 anos como tentativas erradas ou rabiscos, a exemplo do que se dizia antigamente, mas sim como uma espécie de escrita. Parece-me que agora há uma atitude positiva, como sempre houve em relação aos primeiros desenhos. Outro avanço tem a ver com não se assustar quando crianças pequenas querem escrever. Antes elas eram desestimuladas porque se achava que não "estavam na idade". Também se reconhece a importância de ler em voz alta para elas desde muito cedo. Já se sabe que existe uma diferença grande entre ler e contar uma história. Há um pequeno avanço - não tanto quanto deveria haver - na prática de ler textos distintos e na valorização da biblioteca de sala de aula. A simples atividade de ordenar os livros com as crianças, usando critérios múltiplos, já as aproxima muito da leitura e enriquece a escrita."

     
Fonte: Foram utilizados diversos trechos de entrevistas dados por Emília Ferreiro aos meios de comunicação como Revista Nova Escola, Educar para crescer etc.